aqui reuno os textos, as palavras, as canções e todos os excedentes do amor, num mapa de fragmentos, imagens e dissabores que originaram novos sabores...
sexta-feira, julho 30, 2010
quinta-feira, julho 29, 2010
Segredo ao ouvido...
Há qualquer coisa no sorriso
que se alastra até à pele morena
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo baixinho por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.
como as mãos cruzadas por baixo da mesa
a escreverem palavras mudas:
quero-te a ti. .
Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...
que se alastra até à pele morena
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo baixinho por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.
como as mãos cruzadas por baixo da mesa
a escreverem palavras mudas:
quero-te a ti. .
Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...
Xadrez
Sushi para iniciantes
quarta-feira, julho 28, 2010
Nas músicas do Manuel Cruz...
Ei, tu
dá-me uma parede para espancar
ou uma onde possa me encostar,
vejo-te dançar
e acalmas esta dor em mim.
Ei, tu
Desculpa, se não sei o teu nome
mas ainda nem me apresentei.
Eu sei que falo,
falo
e nem me ralo
mas vens ate mim
e lembras-me uma menina
que cantava-me ao ouvido
"O amor dá-me tesão"
e aquilo que era fúria
agora é cruz,
enquanto te provo
nesta sala com pouca luz.
Ei, tu
sou bruto e duro
não tenho palavras doces a usar
apenas um corpo
que podes gozar!
Ei, tu
dás-me lume?
Queria uma parede a esmurrar.
E agora, sou eu que sinto murros
no estômago, por dentro, de mim
levas a alma
como quem crava um cigarro.
És tu a mulher
a esquecer-se de mim amanhã?
A fogo lento
Corre em mim esta sede
esta pressa
que morre
quando chegas e ficas por mim
amassas o tempo
ao nosso gosto.
E por um momento
eu sei,
tu sabes,
todos sabemos,
que os corpos descansam em Agosto
esse mês sem fim
Em mim,
Em ti!
Arde o fogo
arde lento
(quero que passe devagar)
o tempo em nós
quando chegas
e matas a sede em mim!
O vestido
Máquina
a vontade do vento - palavras dos outros... By MD
Tanta história, tanta estória
Significando passado para poder ter um futuro
Sem expectativas
Sem longas metragens
Só o calor de hoje que amacia
Fecha os olhos, ouve com atenção, pára por momentos no pássaro, na folha, no vento, no ruído das crianças ao longe,
Direcciona por momentos a tua atenção, mas não te prendas
Não prendas o momento, ele não é teu, vai fugir
Se vês a cor brilhante dentro de ti não a persigas
Aprecia-a
E o calor de hoje passará a Ser, sempre
E o conforto
E o amor
Sempre, de sempre e para sempre
O burburinho incomoda, a agitação não deixa parar
Direcciona por momentos a tua atenção, mas não te prendas
Não prendas o momento, ele não é teu, vai fugir
Escrevo-o nesta folha em branco
E largo-o nestas páginas
Porque como diz o Chico, “hoje foi boa a festa” e “ficamos pela festa de nada mau acontecer, apenas o vento, lugares à espera, e um sorriso pelos lábios”
Eu respondo: nada é bom, nada é mau, tudo é neutro e a festa essa é feita de vento, lugares e sorrisos.
"Todo o vento é a favor.Não entendas já. Quando soprar dir-te-á a favor de quê"
"De olhos na falésia espera pelo vento ele dá-te a direcção"
Foge Foge Bandido / Tirem o Maccao da Prisão e Ninguém é quem queria ser
Tu em mim, eu em ti...
Dos outros
Because I couldn’t stop her flying,
I joined her where she leaked wet music,
entered her from behind and below,
watched her shoulders bunch and tent and spread,
held her working wings,
slip of bone and meat to beat down air,
saw her spine leap
from the hair of where I joined her
to bury myself in the part of hair
at the vulva of her skull,
and she warned me:
Don’t look down.
I looked down,
and clenched her wings to me until they snapped.
When we fell,
I drove up in as far as her heart.
It stopped me as it stopped,
took me in its open fist
and held on as I shook free
the last white drops.
She turned beneath me then,
leaned back on wings that broke again
and broke again, crackle of burning straw.
And when I raised my eyes
from her blind, staring breasts,
she warned me:
Don’t look up.
Richard Lehnert
Censurado...
merda,
isto já começa mal, foda-se prometi que não dizia merda,
fechamos os olhos
e jogamos às escondidas,
se eu não te vir, não sei de ti,
é apenas mais um jogo,
por que também fomos crianças, ainda somos,
eu sou mimado,
e tu ainda mais,
merda,
entornei a cerveja, é dos nervos dizem,
mas os nervos estão no sitio
hide and seek
e apanha-me se puderes,
é a tua vez de contar
e enquanto dormes rainha
eu sou mais um bobo
não um principe,
isso dos collants e o sapatinho
está muito demodé
e eu só sonho
em fazer-te coisas más
depois de tirares a roupa
merda e foda-se
não nasci para isto
não sou de amar, sou de fazer...
terça-feira, julho 27, 2010
A dança...
Bullets
as musas de Camões
Contos curtos
Podia ser assim a história...
Era uma vez, disseste, e contaste aquela história no fim de mais uma noite, eramos só os dois, fizeste mil perguntas, o filme preferido, a música, a estação do ano e perguntaste o que eu queria fazer, quais eram os meus sonhos?. Não te soube responder, acho que nunca vou saber... Eu ando ao sabor das marés, experimentando o que posso vir a ser, sem pressa ou necessidade, à deriva até encontrar o que me faça parar. Tu olhavas e sorrias, pedias histórias e sonhos, e eu partilhei o que tinha, tirei tudo dos bolsos, e dei-te. Na mesa pousei o maço de tabaco, o isqueiro e umas quantas palavras a usar. não sei que é feito dessa noite... Esta é apenas uma história, dissemos, e fechamos o livro dos porquês...
Ponto de Jogo
Contos curtos sem pontos a marcar o final
Queria contar uma história, daquelas com principio, meio e fim, porém perco-me no inicio, e já sei o seu final. no meio vive o problema, cansa e eu estou farto. Prometi o mundo e fico-me pela rua à porta de casa, entre os passos a ensaiar. penso e desenho metáforas que preencham um vazio barroco cheio de imitações. Tu dizes-me que já não existem pessoas boas, mas algures, lá no fundo, num qualquer canto, eu sei que elas exsitem e florescem, como as flores, no principio da manhã. continuamos a ensaiar a peça, e tu puxas a cortina, ninguém nos vê e beijas-me escondida. O que eu sou só eu sei... Um corpo, um cheiro, um som em tons de baunilha... Bonito, não? Cala-te, e eu calo-me, e tudo isto por um minuto de glória. não sabes tu, que tudo são apenas palavras? Amor, esperança, glória, saudade, medo, alegria, até encontrarmos o corpo a quem as dar? E como procuro uma história, que te possa contar, perco-me sempre nas palavras que me indiquem que um dia houve um início, depois tudo foi um sucedaneo prosaico que eu não escrevi e relutante, em largar este barco de papel rumo ao sul, esqueço-me do ponto a marcar o final.....
do corpo se faz casa...
Dos outros
Fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.
José luís Peixoto
Les chansons d'amour
Era uma vez um gato maltês
todos fazemos de conta
eu conto histórias
que nem precisam de existir
nada é real
mas tudo começa
com um
Era uma vez...
eu conto histórias
que nem precisam de existir
nada é real
mas tudo começa
com um
Era uma vez...
O jantar
Pela casa, um resto da festa
copos partidos,
garrafas de cerveja pelo chão
e outras por abrir,
um amontoado de corpos
espalhados,
acomodam-se entre si
na procura de conforto,
foi boa a festa,
agora
é tempo de sair enquanto
os olhos não estão cansados
e seguir
pelo labirinto
Hoje foi dia de sorrir e beber
amanhã
será dia para remendar
todos os abusos
das palavras por gastar.
copos partidos,
garrafas de cerveja pelo chão
e outras por abrir,
um amontoado de corpos
espalhados,
acomodam-se entre si
na procura de conforto,
foi boa a festa,
agora
é tempo de sair enquanto
os olhos não estão cansados
e seguir
pelo labirinto
Hoje foi dia de sorrir e beber
amanhã
será dia para remendar
todos os abusos
das palavras por gastar.
Da inspiração se diz...
Não te conheço, nem sei quem és, apareces a folhas soltas, nas margens dos livros que leio, quando distraído reparo que rabisco o teu perfil. É algo de inconsciente e anti-natura, estás cheia de demónios, medos e fobias, derivas entre pedaços de ti e às tantas já nem sabe quem és. tens algo que atrai e ao mesmo tempo me assusta, algo que não consigo descrever, a não ser o que me está no sangue. Esta tendência para o abismo. Aproximo-me de ti para me afastar do dia de ontem, invento, desenho e sonho só para não parar e sentir que algo dentro de mim ainda palpita, que existe magia, que algo de indescrítivel está quase a acontecer. Tens todo o ar de quem me pode roubar a alma e foder o coração, mas eu nunca aprendo e como se fosse Ulisses peço para que não me tapem os ouvidos e deixem-me ouvir o teu canto, para ver o que me podes dar, mesmo que nunca te venha a conhecer, apenas pairas nas margens dos livros que eu leio e que embalam as horas do sono... Aos poucos, num pedaço de mármore branca, esculpo o teu rosto, o teu corpo, e faço de ti uma nova musa a iluminar as noites do verão a chegar...
Passos
O teu sorriso...
Há qualquer coisa no sorriso
que se alastra até à pele
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.
Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...
que se alastra até à pele
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.
Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...
A festa
Tragam os balões, há dias em que nada acontece, e ficamos pela festa de nada mau acontecer, apenas o vento, lugares à espera, e um sorriso pelos lábios. Ao fundo tocam músicas de forma aleatória. Cá fora, no jardim, mesas, pratos e copos espalhados à espera que a luz volte e eu por aqu,i à espera que chegue esse dia, em que a festa será nossa e não será preciso esperar, que tudo será presente e não futuro. Estará sol e calor e gargalhadas vão povoar o jardim, estendidos na relva fresca vamos brindar. Eu sei...
Bone collector...
o meu passado é uma parede cheia de fotos, momentos e sorrisos, lágrimas e muitas gargalhadas, sempre fui o que fui, e segui em frente, já cantava o franl, i did it my way, well i'm doing it my way, presente perfeito guardo todos os momentos como as pedras no caminho, depois contruí um castelo com elas, o meu passado é um céu estrelado, o meu futuro está do outro lado da camara, agora tira-a da frente e deixa-me ver o que está para vir...
Mr November
Pictures
Manhã
Por quem chamas tu?
Pequeno-almoço
Desenho o pequeno-almoço à tua frente,
sobre a folha,
fiz o prato, a chávena, e as colheres,
sei que preferes café,
as torradas estão a dourar
(já falta pouco)
geleia e compotas, alperce, morango
e a manteiga,
naquele ponto,pronta a ser espalhada.
Tu
sentada à minha frente, a sorrir, como
só tu sabes, a olhar para mim,
de lápis na mão
e a fazer de conta.
(Fecha os olhos, sente o cheiro, deixa-te ir)
No prato já dançam as torradas,
- Não sei se também queres cereais?
O queijo fresco, o fiambre, e a paixão
espremida num sumo de laranja
(Não te preocupes, há muita mais de onde esta vem)
esqueci-me de desenhar a toalha,
com palavras e figuras,
iguais aos lenços de namorados.
Tu aqui,
ao meu lado, nesta casa a inventar,
tu aqui,
como se acordássemos lado a lado
(dormiste bem? Anda comigo, tenho uma surpresa)
e à nossa espera um pequeno-almoço de reis,
por que o amor dá sempre fome de mais...
Hank knows...
People... they don't write anymore - they blog. Instead of talking, they text, no punctuation, no grammar: LOL this and LMFAO that. You know, it just seems to me it's just a bunch of stupid people pseudo-communicating with a bunch of other stupid people in a proto-language that resembles more what cavemen used to speak than the King's English." Introducing Mr Hank Moody...
Os braços que se cruzam, um nome infeliz para algo contente
Procuro um poema novo,
daqueles que nunca escrevi,
cruzada, demanda
por que não se escreve
quando se é feliz,
apenas se vive
e isso basta,
procuro
percorro
ofegante
caço
ou sou caçado,
desligo a corrente em mim
e deixo fluir
o poema que nunca escrevi
agora que sou feliz
e abraço o teu corpo
mesmo quando aqui não estás...
O bicho amor
Contemplo o bicho que morde pela calada
sorrateiro, discreto
numa fuga quase invisivel,
espreita, ataca, morde e foge
sorri
mostrando os dentes, marfim reluzente
vai directo às ancas, ao peito
às pernas
e prende o corpo em si
contemplo esse bicho, entre a chuva e o granizo
chega entre a primavera
e devolve ao coração
um bater, um ritmo
que pede vida, alegria.
Contemplo o bicho que morde pela calada
e nos chama para o amor.
O caminho...
Saibamos de ante-mão, que vamos em contra-mão, do lado errado, certo do outro lado, poque em cada verso existe um inverso, e em cada plano um relevo, entre antíteses e teses... dois lados, como já dizia outro, existe algures sempre uma faca de dois legumes... Arriba homem, a estrada faz-se de alcatrão, o caminho a caminhar...
Poema a dois...
Quantas caras temos?
quantas caras guardamos, e quantas vezes as revisitamos?
quantos anos,
quantas esquinas, ruas, caminhos,
é a mesma? mas muda, evolui, regride
a cara o rosto
vinte e cinco rostos, ou vinte e cinco vezes 365 dias?
rosto, cara, máscara,
suspiros, calafrios, e um rosto.
Não me lembro quantos rostos tive e agora?
Adicionar uma legenda
quantas caras guardamos, e quantas vezes as revisitamos?
quantos anos,
quantas esquinas, ruas, caminhos,
é a mesma? mas muda, evolui, regride
a cara o rosto
vinte e cinco rostos, ou vinte e cinco vezes 365 dias?
rosto, cara, máscara,
suspiros, calafrios, e um rosto.
Não me lembro quantos rostos tive e agora?..
Intenções... Já não sabes?
Escrevo, reescrevo, selecciono, compilo, palavras, momentos, fotografias, imagens e textos. Aqui junto listas, partilho, dou e recebo. Este blogue é para todos os amigos, os inimigos também podem ver, é uma roda da fortuna. Desabafo, cansaço, é tudo. Recolha dos dias comuns, é livro, é página, é carta aberta aos devaneios.
Passeio neste mundo virtual, criação, descontrução do texto, este blogue é o que nós quisermos, nada mais, nada menos.
Vamos-nos encontrando à mesa deste café?
Passeio neste mundo virtual, criação, descontrução do texto, este blogue é o que nós quisermos, nada mais, nada menos.
Vamos-nos encontrando à mesa deste café?
segunda-feira, julho 26, 2010
Poema da canção triste
somos, sentimos, esquecemos,
mais um passo, mais uma mossa,
da pancada, do golpe inesperado,
um canto retorcido com o tempo
que fica, não passa, lamenta
...travos doces, suados, molhados
copos espalhados pela mesa
e comida, e pratos e desafios e trapos
somos, sentimos, lembramos
existem sempre cerejas,
vermelhas, carnudas, doces
a comer
e a esperança? é com ela que se dança....
Subscrever:
Mensagens (Atom)