quinta-feira, novembro 11, 2010

Rascunhos de um poema a terminar...


Comecemos pelo principio, se o há, se há fim
Comecemos pelo rosto,
É composto por linhas que oscilam
Entre rectas e curvas,
Sobrancelhas carregadas, de olhos castanhos-triste
E pestanas que podem ir até ti
A boca, os lábios no sítio certo
Entre a simetria de um rosto assimétrico
Os lábios ligeiramente carnudas
De carne feita, os dentes aguçados ao paladar do beijo.
Cabelo em desalinho, sem saber por onde ir.
Debaixo da cabeça
O corpo, o tronco, a base
De linha magra, ombros
a carregar o peso que todos os homens devem suportar...

sexta-feira, novembro 05, 2010

Leonard Cohen - A Thousand kisses deep




Don't matter if the road is long
Don't matter if it's steep
Don't matter if the moon is gone
And the darkness is complete
Don't matter if we lose our way
It's written that we'll meet
At least, that's what I heard you say
A thousand kisses deep

I loved you when you opened
Like a lily to the heat
You see, I'm just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
His second hand physique
With all he is and all he was
A thousand kisses deep

I know you had to lie to me
I know you had to cheat
You learned it on your father's knee
And at your mother's feet
But did you have to fight your way
Across the burning street
When all our vital interests lay
A thousand kisses deep

I'm turning tricks
I'm getting fixed
I'm back on boogie street
I'd like to quit the business
But I'm in it, so to speak
The thought of you is peaceful
And the file on you complete
Except what I forgot to do
A thousand kisses deep

Don't matter if you're rich and strong
Don't matter if you're weak
Don't matter if you write a song
The nightingales repeat
Don't matter if it's nine to five
Or timeless and unique
You ditch your life to stay alive
A thousand kisses deep

The ponies run
The girls are young
The odds are there to beat
You win a while, and then it's done
Your little winning streak
And summon now to deal with your invincible defeat
You live your life as if it's real
A thousand kisses deep

I hear their voices in the wine
That sometimes did me seek
The band is playing Auld Lang Syne
But the heart will not retreat
There's no forsaking what you love
No existential leap
As witnessed here in time and blood
A thousand kisses deep

quinta-feira, novembro 04, 2010

Um conto e uma canção...



E o rapaz viu o anuncio, e viu as imagens, acompanhadas de uma musica, uma melodia e as palavras, viu algumas pessoas a postarem a musica no face, e não reparou, e o rapaz andava com a música na cabeça, andava com ela às voltas e finalmente encontrou-a e pode agora postar... she can be everytinhg..., but for she will always be my woman...
Deus alguma magia e fantasia neste tempo turbulento onde só falta haver sangue no parlamento, por que o país esse dorme impávido e sereno, a sonhar pequeno

nada a acrescentar


Some get their kicks from cocaine/I'm sure that if I took even one sniff/That would bore me terrifically too/That I get a kick out of you...

Quando todos estão inspirados e as palavras fogem para fora da página em branco, pode-se sempre recorrer a quem já escreveu algo que queremos dizer. Eu sei que existem rios de mel, e flores e um jardim, um espaço... Podia falar de felicidade e da batalha do dia-a-dia para a conquistar, podia falar de tudo. Mas basta-me pensar nas coisas mais simples, a forma como lambes sempre a colher do café, como adormeces a ver tv, como sorris, como o dia fica maís fácil quando tu estás. O melhor texto aquela que não conseguimos ainda escrever, que está ainda guardado na bolsa do coração.
Como dizia o MEC, o amor é fodido, ainda bem que desta vez me fode a mim...



Love is a battlefield...

quinta-feira, outubro 28, 2010

A choldra,,,


Na lama rapam o tacho
os porcos
que engordam
com as mãos sebosas...
a comer os corpos
dos que cansados tombam.
rebolam e riem,
os porcos,
que tanto comem
e nunca rebentam...
Na lama,
como um quarto
de um hotel de cinco estrelas
fazem a festa
fazem a história
brindando com copos de champanhe
a festa
vai continuar,
a engorda
a gula.
até quando aguentas
ser
ate quando aguentas
ir
até quando aquentas
e suportas
com os porcos
às costas?

terça-feira, outubro 26, 2010

As musas caídas


Os fantasmas choram a partida, como musas despeitadas, a quem mais não se escreve,e eu sorrio, parto para longe, parto para ti.
Do outro lado tudo é o que vai ser conquistado,e aquelas que choram transformam o mar em sal.
Que bom que é partir depois de tudo estar no sítio certo...

Anja da guarda


Para lá das tuas mãos surgem estrelas,
latitudes marcadas, longitudes
e rasgo horizontes
à tua procura.
Para lá das tuas mãos vem o mundo
que corre louco lá fora,
sem parar
e por aqui, nesta cama de lençois brancos
vive um verso branco
Que rezo ao teu ouvido
Na esperança da manhã não chegar
E te roubar de mim…

terça-feira, outubro 12, 2010

Delay...


Vivo num país onde resta pouco espaço ao sonho,
não é terra do nunca ou das fantasias.
É um rectangulo que se parece a um talho
e nos corta às postas.
Cheio de bébés-chorões à procura da mama
filhos de pais que se garantiram a si próprios
e sairam porta fora para não mais voltar.
Vivo num país sem sonhos, uma casa vazia
depois de terem aberto as portas de par em par.
Vivo neste país mas basta,
estamos cansados de sermos recibos
esperanças adiadas e casas por viver.
No sangue que corre nos nossos dedos
mãos vazias de trabalho.
Não haverá algo para fazer? Já não sei quanto tempo
nos resta para sonhar...

quarta-feira, setembro 15, 2010

E de repente

depois dos dias em que tudo definha, começa a haver luz e musica, bela merda estar doente, mas não passa das duas semanas de estado debilitante, quero voltar a comer coisas boas e saborosas, bela intoxicaçao que me minou estas semanas...

segunda-feira, agosto 23, 2010

A festa



Tenho uma festa popular dentro do meu coração
cheia de pessoas
sorrisos, gargalhadas, e gritos,
bancadas de bric-a-brac,
farturas e e churros, ao fundo ouve-se música
e danço, salto e rodopio, levo-te pela mão
carrego-te no coração
Nesta festa, o santo está quase a sair
da igreja rumo às ruas, rumo a ti para te ver e saudar,
os bombos batem, a um ritmo coordenado,
são as batidas do meu peito quando te sentem,
qualquer festa é em Agosto, esta é o ano inteiro
todos os dias, todas as horas,
tudo por que contigo tenho alegria dentro do meu coração
e não há como parar
esta doce procissão.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Das férias

podia escrever mil posts, deambular entre palavras, sobre a forma como a luz do verão bate na tua pele morena,e o vento que vem leve brinca nos teus cabelos, como é salgado o teu sabor depois de cada mergulho, como as tuas gargalhadas brilham no ar como pirilampos, poderia escrever sobre tudo isto, mas basta-me sorrir para ti e saber que está tudo dito. Estou feliz...

quinta-feira, agosto 05, 2010

E as ferias são oficiais


A trilha começa
Um passo, depois outro
Começa a viagem
Rumo ao oriente de mim
Ao norte do mundo
E nessa linha de comboio
Cheiro o que há a descobrir.
Mil flores, e o teu corpo
à flor da pele.
À nossa espera
Um oceano de sonhos
Quando te vir
Quando contigo embalar!
É tudo estranho
Terra a ser feita
No verão
Corpo em locomoção...
Abro o sorriso e sigo a viagem à tua boleia...

O verão


O sol estaciona à minha porta
Traz-me calor, a praia e
Um vento ligeiro para saborear
casas abertas de par em par
Onde posso matar saudades
Deste tempo
Em que no ar
Tudo é perfume de ti.
O sol traz-me essa bebida
Fresca com sabor a hortelã.
é este o teu perfume
E só agora consegui explicar.

Aqui não há censura editorial


Tudo nela é chique,
A maneira que fala,
Como pega a chávena
E olha para mim
De forma sobranceira,
Tudo nessa menina
É de boneca de porcelana,
Como aquela que eu vi um dia
Em Paris
É chique,
Da ponta do nariz
À maneira como fode...

terça-feira, agosto 03, 2010

Um desastre chamado Maria

Todos os dias ela cantava a canção
"Ela tinha uma amiga chamada Maria"
e a Maria sonhava, dançava, rodopiava,
sabia que no fim de tantos anos
alguém iria reparar, e esse alguém ia achar
que esta Maria era uma estrela,
mas os anos passavam a uma velocidade
de velocímetro avariado, dos 0 aos 100
em menos de segundos
e este era um desastre chamado Maria.
Conta a estória que não sabia ler,
não sabia escrever
e a ela tudo eram tropelias
serviu numa loja, limpou casas, escadas,
sanitas, marmitas, e pratos,
limpou os filhos, o marido
até que este se consideou como perdido,
ela tudo ensaiou e em nada brilhou.
Não sabia estacionar, o carro incomodava.
Raio do empecilho, comprado pelo filho,
ela tropeçava, não sabia arrancar
não sabia parar e batia.
O desastre continua, bastava subir a rua.
Cozinhar era um inferno, confundia o mel com o fel,
Sal, pimenta, açucar, tudo lhe metia confusão
trocava-os sem óculos e com eles
na certeza do que fazia enganava-se outra vez.
partiu is pés, arrancou unhas, queimou-se
e alarmou-se. Dizem que nunhum grito se ouviu.
Com a roupa a mesma coisa, as camisolas perdiam-se pelas mãos
os sapatos trocavam.se pelos pés
e nem sabia contar até dez.
Era o gato que ladrava, a cadela estrangulada.
Do primeiro filho nem sabe como engravidou
a filha violada
e nunca se sentiu amada,
Deixou passar os dias, as noites, sempre na esperança
que alguém a chamasse à dança
e ela ia à igreja, rezava e penava,
deixava-se ficar à janela, na esperança que não caísse
mais nenhum vaso na sua cabeça
e deixou ao lume a comida, o telefone a tocar,
o radio a cantar, a televisão a chorar
e sem reparar no desastre da Maria
Acordou com o cheiro do coração a queimar...

She had a scarf

reminds me Old Jerusalem

You fill the life i know...

Tear


Não é com o corpo que te pego ao colo,
mas com a alma,
e sou do tamanho de mil homens
pedra,
abrigo,
um fio de noite em que te podes
vestir.

Embalo...



Dá um passo de cada vez
e depois de ensaiada a dança
dirige-te à porta,
põe a mão no puxador e roda,
como a saia do teu vestido.
Agora, abre a porta
E se puderes, ao sair, fecha,
não é difícil ensaiar o fim
quando o tempo corre
e como os telefones, que antes eram públicos
já não tenho mais moedas
que mantenham os teus impulsos.
Assim sendo
só falta acabar
com a história que nós fizemos arrastar,
pelos lençóis, numa troca de corpos
por que eu fui outras pessoas
e tu aquilo que eu inventei
entre pecados
e passos
no ensaio para o espectáculo final.
Temos que nos apressar,
no quarto ao lado
a água, já corre fria,
no banho a me limpar de ti…

segunda-feira, agosto 02, 2010

Fruta Verde


encontrei um fruto,
ainda verde
alguns chamavam-lhe maçã
outros pera,
mas o fruto era estranho
tinha a cor da tua pele
um sabor a mar
e na ansia
dos sabores estivais
trinquei-o!
Não tinha sementes
e a sua textura
fez-me recordar
a tua pele
a dançar na minha boca...

O video feito com base no conto... Prémio Nacional no concurso "Pensar os Afectos, Viver em Igualdade".

Malhas dos Afectos from Humberto Carvalho on Vimeo.

Uma estória feliz.... Tentativa de conto


Ela era a sua menina de papel, conheceram-se no meio de uma tempestade, enquanto o mar estava revolto e os barcos se afundavam, ele viu-a ao longe, alumiando o caminho até a praia onde estava e ele do seu barco atirou-se às ondas sem qualquer tipo de receio.
Beijaram-se e ainda nem se tinham tocado, mas ele já sentira o cheiro dela, ele já a amava e mal chegou até ela, ela segredou-lhe baixinho ao ouvido:
Convida-me para dançar!
Os dois rodopiaram na areia molhada e dançaram, uma dança primitiva e sorriam, olhavam-se nos olhos prometendo que aquela noite seria eterna.
Ela beijava-lhe o rosto e pedia-lhe:
Tira-me daqui, leva-me em mil viagens!
Todos os seus pedidos eram para ele uma ordem, até que ele lhe disse:
Minha querida és a minha menina de papel e em ti vou escrever todas as palavras!
Ela sorriu e fugiu, chamando-o até si.
Naquela noite foram eternos, beijaram-se e entregaram-se um ao outro.
Eles eram mágicos e tudo se transformava em luz, fizeram com que a chuva parasse, o tempo desaparecesse, e com ele o espaço, as leis e a razão.
O rosto deles era incerto e ela antecipava os dedos sobre o seu ombro, estremecendo na certeza de um amor que lhe sabia a casa, ela queria-o há tanto tempo, era ele que a visitava nos seus sonhos e acalmava durante a noite
Sabes uma coisa? Ficas lindo quando ris assim como uma criança!
Ele corou e sem saber o que dizer, escreveu-lhe no vestido de papel

“Porque guardas na pele,
O sal, o beijo, palavras a inventar,
Indicas-me a terra do nunca,
Esse lugar onde me posso entregar,
Por que me mostras a palavra
Que inventaste para nós”

Ela saboreava o sabor a mar na boca dele, queria mais e mais, ele era a vida, o sonho, tudo o que lhe tinham negado e enquanto se despia para ele sentia que o mar, a lua e a chuva se tinham afastado para os deixar a sós.
Ele beijou-a novamente e a boca dele sabia a margaridas brancas banhadas pelo sol, a seguir beijou-lhe o ombro despido e abraçou-a, ele chorou por a ter ali, perfeita como só ela o poderia ser.

Menina de papel aceitas ser minha?
Aceito, aceito, és lindo perfeito, aceito!

Os dois voltaram a dançar e entregaram-se um ao outro, escrevendo tudo o que lhes apetecia naquele vestido de papel.
Os dias passaram, com eles as semanas, os meses e os anos, até que numa noite, enquanto os seus corpos se transmutavam novamente em ondas e eram um do outro, amando-se em mais uma noite igual à primeira, uma onda passou pelo vestido de papel, apagando tudo o que lá tinha sido escrito.
Ela assustada, pegou no vestido, e começou a chorar por todo passado assim apagado por uma onda que não tinha sido convidada, debruçou-se os seus longos cabelos compridos e pretos criavam o quadro mais bonito que já se poderia ter visto e o rapaz que agora já era um homem começou a rir como uma criança.

Porque te ris querido, está tudo estragado, o vestido, as palavras, todos os nossos sonhos, o nosso passado, o nosso mundo de palavras.
Querida assim temos mais uma oportunidade para começarmos tudo de novo e acredita que a viagem vai valer sempre a pena, se a fizer ao teu lado…

Ele pegou-lhe pela mão, deu-lhe um beijo e pegando-a ao colo saíram os dois da praia, sabendo que o amanhã seria apenas mais um dia a inventar na sua história.

Gardem Party


Convidaste-me para uma garden party
disseste, assim, em inglês
no teu ar de menina chique,
e eu fui ter contigo, a uma tarde de verão.
No jardim, de relva fofa e verde,
uma manta na qual podíamos deitar
o piquenique não era de burgueses,
mas de amantes
onde tudo era fruta doce,
cerejas a abrir e beijos a despir
até que satisfeitos
reparamos que nos enganamos na estação do ano…
(Começou a chover e não trouxemos guarda-chuvas!)

Por vezes,,,

O vinho é bom, mas hidromel é mais rápido...

Modern Times


Não tenho qualquer sentido estético
não sou belo ou feio,
mas sim qualquer coisa de imperfeito
derivo entre peças
que me dizem quem sou.
Camisa aos quadrados, ou às riscas?
T-shirts e All-stars
ainda que no outro dia tenha comprado adidas
só para te ver feliz.

Uma rapariga entediada


- Não me peças poesia nas horas vagas!
Diz a rapariga incomodada
com bocejos inúteis.
- Não me peças nada, nem histórias
ou beijos, não insistas!
É que nas horas em que te abro as pernas
sou meretriz, hospedeira
de mil homens em mim.
Não peças poesia, isso de colar palavras
não me dá qualquer tesão
e não me lembro de um orgasmo contigo.
Diz a rapariga já ensonada
a mascar pastilha, como quem cola palavras.

No tempo do faz de conta...

Ela lia livros de amor
E enchia o céu de nicotina
Sonhava com Homens-pássaro
Mitos e utopias,
As palavras eram tatuadas
No corpo e ela ensaiava,
Frente ao espelho, aquele beijo
Que ia dar
A frase inteligente a usar
Quando ele se sentasse à beira dela
Ela lia demais
E não aprendeu a ser feliz...

Tim Buckley - Song to the Siren... a musica...

Uma musica melancolicamente doce...

quinta-feira, julho 29, 2010

Segredo ao ouvido...

Há qualquer coisa no sorriso
que se alastra até à pele morena
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo baixinho por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.
como as mãos cruzadas por baixo da mesa
a escreverem palavras mudas:
quero-te a ti. .


Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...

Xadrez


Subverto as regras do jogo
e, subo pelo teu corpo,
tocando ao de leve
a tua saia padrão xadrez,
tabuleiro, em que pouso peças,
calculo as jogadas e,
(aproveito a desatenção)
como a rainha,
à espera de um golpe teu…

Sushi para iniciantes


Como se fosse sushi, era isso,
o que eu quero
é o amanhã já hoje,
sem luta
exposto
e posto à mesa pronto a comer,
sem espinhas ou chatices.
É que o hoje já me cansa,
quero apaga-lo, passar à frente
rumo ao amanhã,
e sem ter que o conquistar
come-lo assim:
Cru!

Across the Universe with you...

Uma boa cena em português... O que é que eu faço fora da cama?

they are back... let's sing and pray the lord...

quarta-feira, julho 28, 2010

Nas músicas do Manuel Cruz...


Ei, tu
dá-me uma parede para espancar
ou uma onde possa me encostar,
vejo-te dançar
e acalmas esta dor em mim.
Ei, tu
Desculpa, se não sei o teu nome
mas ainda nem me apresentei.
Eu sei que falo,
falo
e nem me ralo
mas vens ate mim
e lembras-me uma menina
que cantava-me ao ouvido
"O amor dá-me tesão"
e aquilo que era fúria
agora é cruz,
enquanto te provo
nesta sala com pouca luz.
Ei, tu
sou bruto e duro
não tenho palavras doces a usar
apenas um corpo
que podes gozar!
Ei, tu
dás-me lume?
Queria uma parede a esmurrar.
E agora, sou eu que sinto murros
no estômago, por dentro, de mim
levas a alma
como quem crava um cigarro.
És tu a mulher
a esquecer-se de mim amanhã?

A fogo lento


Corre em mim esta sede
esta pressa
que morre
quando chegas e ficas por mim
amassas o tempo
ao nosso gosto.
E por um momento
eu sei,
tu sabes,
todos sabemos,
que os corpos descansam em Agosto
esse mês sem fim
Em mim,
Em ti!
Arde o fogo
arde lento
(quero que passe devagar)
o tempo em nós
quando chegas
e matas a sede em mim!

Curta-metragem - o motim Pirata pela Sangria flutuante

Que bem que sabia... Sim ficava feliz...

A ver se o vento corre...

Um clássico imediato... Bom dia Blogoland...

O vestido


Não fico à espera,/ Espera!/ Não disse isto,/ Eu fico./ É que a pressa/ De fugir é um/ Vestido que queres usar…

Máquina


o meu coração é feio
feito de tecido
sangue
e uma espécie de músculo
tem ventrículos e válvulas
como uma máquina
que se contorce
e bombeia
ao ritmo de uma canção
inexistente
o meu coração é feio
mas quem sabe
podia não ser só meu...

Sempre gostei do Zé...

CARMEN MIRANDA - BRAZIL

Classic Disney

a vontade do vento - palavras dos outros... By MD


Tanta história, tanta estória
Significando passado para poder ter um futuro
Sem expectativas
Sem longas metragens
Só o calor de hoje que amacia
Fecha os olhos, ouve com atenção, pára por momentos no pássaro, na folha, no vento, no ruído das crianças ao longe,
Direcciona por momentos a tua atenção, mas não te prendas
Não prendas o momento, ele não é teu, vai fugir
Se vês a cor brilhante dentro de ti não a persigas
Aprecia-a
E o calor de hoje passará a Ser, sempre
E o conforto
E o amor
Sempre, de sempre e para sempre
O burburinho incomoda, a agitação não deixa parar
Direcciona por momentos a tua atenção, mas não te prendas
Não prendas o momento, ele não é teu, vai fugir
Escrevo-o nesta folha em branco
E largo-o nestas páginas
Porque como diz o Chico, “hoje foi boa a festa” e “ficamos pela festa de nada mau acontecer, apenas o vento, lugares à espera, e um sorriso pelos lábios”
Eu respondo: nada é bom, nada é mau, tudo é neutro e a festa essa é feita de vento, lugares e sorrisos.






"Todo o vento é a favor.Não entendas já. Quando soprar dir-te-á a favor de quê"


"De olhos na falésia espera pelo vento ele dá-te a direcção"

Foge Foge Bandido / Tirem o Maccao da Prisão e Ninguém é quem queria ser

é uma pena não ser mais conhecido...

O pimba em Portugal está a evoluir...

Ryan Adams - Hotel Chelsea Nights -it's been a long night...

Conversas a dois, quando já ninguem está...

anda dar os dados, assim tudo começou...

Tu em mim, eu em ti...


As sombras presas nos estendais
A secar, depois de lavadas,
Não me permitem esquecer
A certa presença de ti em mim,
Como lava, como serra,
Esse risco promontório,
Do fresco que a tua boca traz em mim.

Dos outros


Because I couldn’t stop her flying,
I joined her where she leaked wet music,
entered her from behind and below,
watched her shoulders bunch and tent and spread,
held her working wings,
slip of bone and meat to beat down air,
saw her spine leap
from the hair of where I joined her
to bury myself in the part of hair
at the vulva of her skull,
and she warned me:
Don’t look down.
I looked down,
and clenched her wings to me until they snapped.
When we fell,
I drove up in as far as her heart.
It stopped me as it stopped,
took me in its open fist
and held on as I shook free
the last white drops.
She turned beneath me then,
leaned back on wings that broke again
and broke again, crackle of burning straw.
And when I raised my eyes
from her blind, staring breasts,
she warned me:
Don’t look up.

Richard Lehnert

Censurado...


merda,
isto já começa mal, foda-se prometi que não dizia merda,
fechamos os olhos
e jogamos às escondidas,
se eu não te vir, não sei de ti,
é apenas mais um jogo,
por que também fomos crianças, ainda somos,
eu sou mimado,
e tu ainda mais,
merda,
entornei a cerveja, é dos nervos dizem,
mas os nervos estão no sitio
hide and seek
e apanha-me se puderes,
é a tua vez de contar
e enquanto dormes rainha
eu sou mais um bobo
não um principe,
isso dos collants e o sapatinho
está muito demodé
e eu só sonho
em fazer-te coisas más
depois de tirares a roupa
merda e foda-se
não nasci para isto
não sou de amar, sou de fazer...

a verdade doi e é fodida, mas pode ser bem mais divertida...

terça-feira, julho 27, 2010

Reticências

"a noite é um poema que conheço de cor e vou cantar-to até adormeceres"

A dança...


do teu olhar, o brilho, e tudo mais se espera, e em cada planície do corpo, um novo despertar, a festa continua, os pares já não estão trocados, convidando ao assobio, a uma nova dança. e tu deste-me a mão...

uma vez, contaste uma história, acho que estava quase a dormir, mas devia ser assim...

Bullets


Todos os cartuchos foram gastos,/ de que serve a arma/ se não tens mais balas a gastar?/ Ao fundo jaz um corpo/ perfurado de tanto amar...

as musas de Camões


Agora que habitas no quarto dos meus sonhos,
Entre as palavras e o sorriso
Visto-te, como tu és
Uma musa,
Desfeita e partida,
Algures na bolsa do meu coração.

E eu faço-te brilhar...

you spy with your little eye...

Contos curtos


Podia ser assim a história...
Era uma vez, disseste, e contaste aquela história no fim de mais uma noite, eramos só os dois, fizeste mil perguntas, o filme preferido, a música, a estação do ano e perguntaste o que eu queria fazer, quais eram os meus sonhos?. Não te soube responder, acho que nunca vou saber... Eu ando ao sabor das marés, experimentando o que posso vir a ser, sem pressa ou necessidade, à deriva até encontrar o que me faça parar. Tu olhavas e sorrias, pedias histórias e sonhos, e eu partilhei o que tinha, tirei tudo dos bolsos, e dei-te. Na mesa pousei o maço de tabaco, o isqueiro e umas quantas palavras a usar. não sei que é feito dessa noite... Esta é apenas uma história, dissemos, e fechamos o livro dos porquês...

Ponto de Jogo


Chloe: Was I dreadful? // Chris: No, not at all, you have very unique style. //
Chloe Wilton: Yeah, it's called clumsy!

Orientes


perdi-me entre cheiros e orientes

Contos curtos sem pontos a marcar o final



Queria contar uma história, daquelas com principio, meio e fim, porém perco-me no inicio, e já sei o seu final. no meio vive o problema, cansa e eu estou farto. Prometi o mundo e fico-me pela rua à porta de casa, entre os passos a ensaiar. penso e desenho metáforas que preencham um vazio barroco cheio de imitações. Tu dizes-me que já não existem pessoas boas, mas algures, lá no fundo, num qualquer canto, eu sei que elas exsitem e florescem, como as flores, no principio da manhã. continuamos a ensaiar a peça, e tu puxas a cortina, ninguém nos vê e beijas-me escondida. O que eu sou só eu sei... Um corpo, um cheiro, um som em tons de baunilha... Bonito, não? Cala-te, e eu calo-me, e tudo isto por um minuto de glória. não sabes tu, que tudo são apenas palavras? Amor, esperança, glória, saudade, medo, alegria, até encontrarmos o corpo a quem as dar? E como procuro uma história, que te possa contar, perco-me sempre nas palavras que me indiquem que um dia houve um início, depois tudo foi um sucedaneo prosaico que eu não escrevi e relutante, em largar este barco de papel rumo ao sul, esqueço-me do ponto a marcar o final.....

B Fachada - O Desamor, em português nos entendemos

Captain of my soul, but not of my heart


sou um capitão fantasma, o meu navio navega entre sonhos...

do corpo se faz casa...


roubei à tua pele, a sua cor, e transformei-a na minha preferida... depois de tirada a fotografia, imortalizei o teu sorriso em azulejos... o teu cheiro passou a vento e corre leve pelos corredores... sem saberes transformei o teu corpo em casa...

Dos outros


Fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.

José luís Peixoto

Les chansons d'amour


"ama-me menos, mas ama-me mais tempo" não sei se esta frase é mesmo muito boa, ou então muito muito triste...

Eu quero ser a camisola dez, ter o Benfica todo a meus pés

Era uma vez um gato maltês

todos fazemos de conta
eu conto histórias
que nem precisam de existir
nada é real
mas tudo começa
com um
Era uma vez...

O jantar

Pela casa, um resto da festa
copos partidos,
garrafas de cerveja pelo chão
e outras por abrir,
um amontoado de corpos
espalhados,
acomodam-se entre si
na procura de conforto,
foi boa a festa,
agora
é tempo de sair enquanto
os olhos não estão cansados
e seguir
pelo labirinto
Hoje foi dia de sorrir e beber
amanhã
será dia para remendar
todos os abusos
das palavras por gastar.

Time after time...

promessas, promessas
prometes com tanta pressa
que comes as palavras
que te esqueces de cumprir...

Da inspiração se diz...

Não te conheço, nem sei quem és, apareces a folhas soltas, nas margens dos livros que leio, quando distraído reparo que rabisco o teu perfil. É algo de inconsciente e anti-natura, estás cheia de demónios, medos e fobias, derivas entre pedaços de ti e às tantas já nem sabe quem és. tens algo que atrai e ao mesmo tempo me assusta, algo que não consigo descrever, a não ser o que me está no sangue. Esta tendência para o abismo. Aproximo-me de ti para me afastar do dia de ontem, invento, desenho e sonho só para não parar e sentir que algo dentro de mim ainda palpita, que existe magia, que algo de indescrítivel está quase a acontecer. Tens todo o ar de quem me pode roubar a alma e foder o coração, mas eu nunca aprendo e como se fosse Ulisses peço para que não me tapem os ouvidos e deixem-me ouvir o teu canto, para ver o que me podes dar, mesmo que nunca te venha a conhecer, apenas pairas nas margens dos livros que eu leio e que embalam as horas do sono... Aos poucos, num pedaço de mármore branca, esculpo o teu rosto, o teu corpo, e faço de ti uma nova musa a iluminar as noites do verão a chegar...

Passos


Pode o verão chegar e adormecer-me
junto aos corpos?

Pode o verão chegar e queimar-me
a pele, em vez do coração?

Podes chegar antes desse tempo
e deixar à porta, o mar, o sal e a praia
não tragas para casa nenhuma areia
da tua ultima paixão...

A gente não pára

O teu sorriso...

Há qualquer coisa no sorriso
que se alastra até à pele
e eu fico a contar
as horas, os espaços e os silêncios
até sermos beijo
e entre dentes, sorrio e chamo por ti
sem ninguém ver
que isto é segredo, e é só nosso.

Lá fora o mundo corre
e aqui somos só os dois...

A partilhar o cantor e o filme...

A festa


Tragam os balões, há dias em que nada acontece, e ficamos pela festa de nada mau acontecer, apenas o vento, lugares à espera, e um sorriso pelos lábios. Ao fundo tocam músicas de forma aleatória. Cá fora, no jardim, mesas, pratos e copos espalhados à espera que a luz volte e eu por aqu,i à espera que chegue esse dia, em que a festa será nossa e não será preciso esperar, que tudo será presente e não futuro. Estará sol e calor e gargalhadas vão povoar o jardim, estendidos na relva fresca vamos brindar. Eu sei...

Músicas de Verão...

Bone collector...


o meu passado é uma parede cheia de fotos, momentos e sorrisos, lágrimas e muitas gargalhadas, sempre fui o que fui, e segui em frente, já cantava o franl, i did it my way, well i'm doing it my way, presente perfeito guardo todos os momentos como as pedras no caminho, depois contruí um castelo com elas, o meu passado é um céu estrelado, o meu futuro está do outro lado da camara, agora tira-a da frente e deixa-me ver o que está para vir...

Mr November


"I used to be carried in the arms of cheerleaders" The National, e da tortura dos dias normais, nascem os pequenos génios

this is me...

Pictures


corre em mim esta sede
esta pressa
que morre
quando chegas e ficas por mim
amassas o tempo
ao nosso gosto
e por um momento
eu sei
tu sabes
todos sabemos
que os corpos descansam em agosto
esse mês sem fim
em mim
em ti
arde o fogo
arde lento
(quero que passe devagar)
o tempo em nós
quando chegas
e matas a sede em mim.

Não é, mas é quase. As terças, são as novas segundas